sábado, 30 de janeiro de 2010

EVASÃO ESCOLAR TEM REMÉDIO - IDDCA E CONS TUTELAR

Evasão escolar tem remédio



Durante o ano letivo de 2001, nada menos do que quatro mil crianças abandonaram as escolas públicas em que se encontravam matriculadas, logo nos primeiros meses de aula. O Conselho Tutelar e o Ministério Público, através da Curadoria da Infância e da Juventude, conseguiram que, em cada grupo de dez, sete fossem reconduzidas às salas de aula.

O êxito somente não foi maior porque as 1.200 restantes estavam às voltas com problemas complicados, envolvendo desestruturação do núcleo familiar ou dependência química.

Narrado pela reportagem do Cruzeiro do Sul, na edição de sábado (15/12), o fato merece uma análise exaustiva por parte dos especialistas em questões pedagógicas e de relacionamento familiar. Os expressivos resultados obtidos demonstram que a evasão não é um problema insolúvel e sugerem a conveniência de o poder público dar maior suporte àquele órgão, no enfrentamento do problema, capacitando-o a tentar solucionar inclusive os casos complexos.

Para tanto, no entender do conselheiro tutelar Yuri de Paula Gonzales, é necessário contar, além da participação familiar, sempre indispensável, com o suporte de psicólogos e clínicas especializadas. É um investimento justificável.

Quando a criança foge da escola - pela mudança da família para um bairro em que a unidade de ensino está mais distante ou pela dificuldade do educando em se relacionar com colegas de classe ou professores - temos um prejuízo para o poder público, para o educando mas, em especial, para a sociedade.

A perda do governo é representada pelo desperdício de recurso decorrente da não utilização da vaga que se criou para acolher o estudante; a do estudante, pelo retardo no seu avanço intelectual e social; e a da sociedade, pela demora, insanável, da incorporação de um indivíduo qualificado na atividade produtiva e no melhor exercício da cidadania.

Se todos esses prejuízos, que se somam e potencializam, puderem ser evitados, isso será bom para o governo, ótimo para o educando e excelente para a sociedade, pois pessoas escolarizadas estão mais aptas a caminhar sobre as próprias pernas do que serem carregadas pelos outros.

A experiência colhida pelo Conselho Tutelar, ao longo deste ano, demonstra que a evasão pode ser corrigida e, na medida em que família e escola trabalhem em entrosamento, também prevenida - o que é ainda melhor.

Estruturado o suporte logístico, a repescagem talvez possa ser estendida também aos dependentes químicos e aos alcançados por disfunções familiares. Os ganhos sociais serão maximizados, pois se evitará que crianças problemáticas sejam empurradas em direção a comportamentos anti-sociais e à marginalidade.

(Jornal Cruzeiro do Sul)

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