sábado, 30 de janeiro de 2010

CONDOMINIOS - SEGURANÇA PÚBLICA - CONSEG - IDDCA

Abusos em Condomínios Fechados já Preocupam o Conseg




O Conselho Comunitário de Segurança de Sorocaba (Conseg) convocará os representantes dos condomínios residenciais para discutir soluções para as reclamações envolvendo os adolescentes que residem nestas áreas urbanizadas do município. As reclamações, que se avolumam a cada dia, partem de moradores dos mais diversos condomínios fechados de Sorocaba, onde se concentra parte da classe média alta.

Os moradores denunciaram ao Conseg que está havendo desrespeito às leis e às normas desses loteamentos fechados, por parte dos adolescentes, que teimam em fazer o que querem. A maior reclamação envolve menores na direção de automóveis e de motos, nas ruas internas dos condomínios. Aproveitam-se dos altos muros, onde o acesso da polícia é restrito, para pisar fundo no acelerador dos carros cedidos pelos pais, que seriam os maiores culpados por colaborarem diretamente para formação de uma situação de risco, alerta Yuri de Paula Gonzales, presidente do Conseg.

Conforme Yuri, a situação chegou a um ponto insustentável e já estaria colocando em risco a segurança de muitos moradores de condomínios. O adolescentes estão abusando principalmente nos finais de semana. A segurança particular desses condomínios, ao que parece, está falhando ou não sendo eficaz o suficiente para impedir que os menores continuem dirigindo em alta velocidade os carros e as motos dos pais. Não poderiam dirigir nem mesmo em baixa velocidade porque não possuem carteira de habilitação .

O presidente do Conseg revela que as reclamações apontam que também estaria havendo casos de perturbação de sossego público. São os adolescentes que costumam colocar em alto volume o som durante os encontros das tardes e noites nos finais de semana. Há denúncia mais grave, segundo ele, que envolve provável uso de entorpecentes dentro dos condomínios, mesmo estando cercados por segurança por todos os lados.

As reclamações vão ser apuradas pelo Conseg. Numa primeira iniciativa o órgão decidiu convocar os representantes dos condomínios para uma reunião no auditório do 7º Batalhão da Polícia Militar, em data a ser definida já nos próximos dias. O objetivo é explicar quais são as implicações legais para os pais dessas crianças, caso seus filhos sejam denunciados à Justiça. O presidente do Conseg disse que, se preciso, acionará a Promotoria da Infância e da Juventude.

Febem

Os abusos nas ruas dos loteamentos fechados de Sorocaba, por parte dos adolescentes mais atirados , estaria provocando um clima de intranqüilidade entre os seus moradores. A maioria optou por este tipo de moradia justamente pensando no sossego e numa maior segurança para a família.

O presidente do Conseg diz ter obtido informações sobre uma série de acidentes que ocorreram envolvendo menores na direção de veículos ou motos cedidos pelos próprios pais dos motoristas .

Para a polícia, são ocorrências difíceis de serem prevenidas ou mesmo apuradas no momento em que estão ocorrendo. A característica física desses bairros fechados impede uma ação rápida da polícia para apanhar em flagrante o adolescente desobediente.

Está havendo risco para os demais moradores, e este é um problema grave que envolve a sociedade local. Os adolescentes que fazem este tipo de abuso estão sendo mal orientados pelos pais, pois estão recebendo, facilmente, bens materiais que acabam utilizando perigosamente contra terceiros. Os pais podem vir a ser responsabilizados civilmente e criminalmente por isso. Os seus filhos, mal sabem, podem até mesmo ser sentenciados pela Justiça e recolhidos à Febem, independente da condição social que possuam. Basta se envolverem num caso mais grave e ter mais de doze anos de idade , explica Yuri.

Troca perigosa

O presidente do Conseg analisa o problema não apenas quanto ao risco para a segurança dos demais moradores, mas também sob uma ótica ainda mais preocupante, diretamente ligada ao futuro dessas crianças: Elas recebem dos pais carrões, motos, enfim, o passaporte para que possam fazer o que quiserem dentro dos limites dos condomínios, sem respeitar as leis e os bons costumes do convívio social. Está-se trocando, perigosamente, o ser pelo ter. Ou seja, troca-se o ser humano pelos bens materiais, o que leva estes adolescentes a se iludirem. Pensam que são os donos absolutos daquele espaço físico cercado por altos muros. É o bastante para que trafeguem em alta velocidade, não se importando se isso vai ou não colocar em risco a vida de outras pessoas. Confiam sempre na superproteção dos pais. Com o tempo, vão perder o senso do limite das coisas da vida e a situação acaba se complicando...

Yuri acrescenta, ainda, o seguinte: Estes adolescentes mal orientados terão um futuro incerto, caso continuem neste caminho, recebendo tudo de mão beijada. E o pior - e isto seus pais não levam em consideração -, é que, sem uma noção de limite, podem vir a ser dar mal quando saírem para fora dos muros dos condomínios e tentarem fazer o mesmo aqui fora. A vida nos bairros comuns é bem diferente. Tem policiais e autoridades que não vão querer saber de quem são filhos. E mais: aqui fora, os freqüentadores do trânsito costumam, às vezes, agir com violência extrema quando são desrespeitados por outros motoristas . Walter Rinaldi Leite/JCS

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